18 de jul. de 2014

Saude

Cesariana aumenta risco de câncer infantil?

A cesariana tem sido associada a vários problemas na mãe e bebê. Uma pesquisa realizada em países nórdico avalia se ela também aumenta o risco de câncer infantil

Você é contra ou a favor da cesariana realizada sem indicação médica?    

         Cesariana é um procedimento obstétrico cada vez mais comum em diversos países, incluindo o Brasil. O impacto negativo da cesariana para a mãe e bebê tem sido documentado por vários estudos. Mas será que ela também representa um risco adicional de câncer infantil ?. Um estudo realizado em 3 países nórdicos, Dinamarca, Suécia e Finlândia, tentou esclarecer esta questão usando dados de base populacional. No total foram usados registros de mais de 7 milhões de crianças nascidas nestes países, a maioria desde 1973 até 2007, sendo que mais de  12.6% delas haviam nascido por meio de cesariana. No total da amostra 11.181 crianças receberam um diagnóstico de câncer.
         Segundo os pesquisadores a possível associação entre cesariana e câncer infantil passa pela alteração do sistema imune. Isto poderia ocorrer de 3 maneiras: a mudança da colonização bacteriana intestinal que é diferente no caso do parto normal em que  o bebe é exposto a flora vaginal e intestinal materna. Pela ausência da resposta ao estresse materno no trabalho de parto que promove maturação imunológica da criança. E finalmente um mecanismo que envolve a expressão genética, que por sua vez, pode se associar ao surgimento do câncer. A boa notícia é que os pesquisadores não observaram aumento do risco de câncer à infância, nas crianças nascidas por meio de cesariana, na comparação com as crianças nascidas por meio do parto vaginal. O risco, felizmente, foi semelhante.
         Atualmente, a prática abusiva da cesariana tem sido condenada por muitos médicos e mulheres, mas no caso do câncer infantil, pelo menos, ela ganhou um “habeas-corpus”. (Momen et al. Delivery by cesarean section and childhood cancer: a nationwide follow-up study in three countries. BJOG, 20
Fonte de pesquisa Dr. Alexandre Faisal Ginecologista-obstetra, pós-doutor pela USP e pesquisador científico do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP. 

Nenhum comentário: