5 de set. de 2014

Saúde

Pesquisa mostra que cafeína afeta saúde óssea de mulheres

Devido ao enorme problema nos EUA (grande consumidor de refrigerantes) de crianças já estarem cada vez mais com osteoporose ou fraqueza nos ossos, já haviam indicações por lá. Aqui, a Unicamp, através de sua Faculdade de Odontologia em Piracicaba/SP estudou e coloca:

Pesquisa feita em Piracicaba usou café, Coca-Cola e Guaraná Antárctica. Fabricantes das marcas comentaram sobre a pesquisa feita só em ratos.
O consumo frequente de bebidas com cafeína promove alterações ósseas que aumentam o risco de fraturas em mamíferos do sexo feminino, segundo revela pesquisa feita na Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP), campus da Universidade de Campinas (Unicamp) em Piracicaba (SP). O mesmo não ocorre com representantes do sexo masculino. Conforme dados do estudo, realizado apenas em ratos, os hormônios femininos interagem com a cafeína e criam células que prejudicam o tecido ósseo.
A pesquisa, elaborada para a tese de doutorado do cirurgião dentista Amaro Ilídio Vespasiano Silva, utilizou doses de café e de duas marcas de refrigerantes (Coca-Cola e Guaraná Antárctica) para a avaliação dos resultados. Embora a pesquisa tenha sido feita apenas com ratos, segundo o autor, os resultados podem ser aplicados para os seres humanos. As empresas fabricantes dos refrigerantes comentaram a pesquisa (leia os posicionamentos abaixo).
A ingestão do refrigerante de guaraná, segundo o estudo, causa igualmente alterações na estrutura óssea, mas os resultados não foram determinantes a ponto de reduzir a resistência do osso, assim como ocorreu com o café e a bebida à base de cola.
"Estudos anteriores apresentaram controvérsias a respeito de como a cafeína interfere na qualidade do osso. O fato de as bebidas serem amplamente consumidas no Brasil, inclusive por crianças e adolescentes, foi determinante para a escolha do tema. E a conclusão mais importante foi a de que as fêmeas são as mais afetadas pela ingestão frequente da substância", disse Silva.
"No caso dos seres humanos, a mulher possui um ciclo hormonal que influencia diretamente sobre o metabolismo do osso. Ocorre que a cafeína interfere sobre esse ciclo, o que faz com que haja maior desmineralização do tecido ósseo", relatou o pesquisador.
Ele afirmou ainda que atualmente não há um "limite seguro" para a ingestão de cafeína sem danos à saúde dos ossos. "A menor concentração de cafeína, consumida no menor intervalo de tempo, já é capaz de produzir efeitos adversos sobre o metabolismo ósseo."
Realização da pesquisa
A pesquisa para a tese de doutorado selecionou 80 ratos adultos (40 machos e 40 fêmeas) com 90 dias de vida. Os animais foram mantidos em gaiolas em local com temperatura e umidade controladas, com ciclos alternados de 12 horas em ambientes claro e escuro. A alimentação contou com fornecimento de ração balanceada e água à vontade para todos os animais, além de dieta à base de café e refrigerantes de cola e guaraná para os grupos experimentais.

O volume diário consumido foi tabulado e todos os ratos eram pesados semanalmente. Decorridos 48 dias das dietas à base de café e refrigerantes, os mamíferos foram sacrificados, conforme protocolo estabelecido pela Comissão de Ética no Uso de Animais.
Em seguida, o fêmur da perna direita de todos os ratos foi dissecado e armazenado em recipiente de vidro com formol. Após os procedimentos, os tecidos ósseos tiveram a estrutura e a resistência testados com o auxílio de equipamentos específicos.
Prêmios e Capes
A tese, desenvolvida durante três anos e meio, foi defendida no programa de Pós-Graduação em Radiologia Odontológica da FOP sob orientação dos professores Lourenço Correr Sobrinho e Francisco Haiter Neto. Silva teve bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) para realizar o estudo, que foi premiado na 30ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica e no 9º Congresso Nacional de Radiologia Odontológica, segundo a assessoria de imprensa da Unicamp.

Resposta da Coca-Cola
A Coca-Cola Brasil se posicionou sobre o resultado da pesquisa. Leia na íntegra:

"Inúmeras pesquisas científicas demonstram que os comportamentos mais importantes para a saúde óssea são o consumo de uma dieta nutricionalmente completa, incluindo cálcio e vitamina D, e atividades físicas regulares. Segundo a International Osteoporosis Foundation (IOF), a ingestão moderada de cafeína não causa efeitos prejudiciais à saúde óssea, desde que a ingestão de cálcio seja adequada.
Além disso, mais de 140 agências regulatórias do mundo, incluindo a Food and Drug Administration (US FDA) e a European Food Safety Authority (EFSA), consideram que o uso apropriado de cafeína em alimentos é seguro.
Além disso, é necessário avaliar com muita cautela os resultados obtidos em modelo animal quando se pretende produzir correlações com a vida humana. Diferenças em anatomia, fisiologia, desenvolvimento e fenômenos biológicos devem ser levados em consideração quando são analisados os resultados de qualquer pesquisa em ratos."
Resposta da Ambev
Questionada pelo G1, a Ambev, que produz o Guaraná Antárctica no Brasil, respondeu o seguinte, na íntegra:

"A Ambev não comenta os resultados da referida pesquisa pois desconhece o seu conteúdo, seus critérios e a metodologia utilizada. A companhia reafirma seu compromisso com a qualidade e a segurança de todos os seus produtos".
 Fonte: Blog do Luís Nassif online

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