27 de jan. de 2021

 Nutricionista descobre que já está vacinada contra Covid há 7 meses: ‘sem transformação para jacaré’


Com a quebra do sigilo dos estudos e testes das vacinas contra o novo coronavírus no Brasil devido à aprovação do imunizante de Oxford para uso emergencial, a nutricionista de Araraquara (SP) Julia Gabriela da Rocha, de 24 anos, descobriu que está vacinada contra a Covid-19 desde junho.

‘"Vacinada há mais de 6 meses e sem sinais de transformação pra jacaré", brincou na postagem que fez em uma rede social comemorando o resultado.

Júlia é formada em nutrição pela Unicamp e está fazendo residência no Hospital São Paulo, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), onde foi um dos voluntários para os estudos da vacina de Oxford, tomando a primeira dose em 28 de junho e a segunda em 1º de setembro.

“Eu gosto muito de saúde pública e de pesquisa e vejo o quanto é necessário ter voluntários nas pesquisas para a gente poder ter embasamento e ter novas descobertas na área da saúde. Achei o máximo participar, para mim é um marco da saúde pública.” 

Ela recebeu a notícia que havia recebido a vacina e não placebo na sexta-feira (22). Os resultados dos testes estão sendo divulgados aos voluntários aos poucos, com agendamento.

Mesmo sabendo que está imunizada, Julia pretende continuar seguindo as precauções e os cuidados para evitar o contágio e a disseminação do coronavírus.

Por trabalhar em um hospital, ela ficou nove meses sem ver a família em Araraquara, mesmo perdendo uma avó com Covid-19, no ano passado. Ela só reviu seus parentes em dezembro após fazer um isolamento nas férias.

“Essa pandemia foi um mix porque eu vivi sendo um profissional de saúde dentro de um hospital que é referencia em saúde pública e também vivi como um familiar de uma pessoa que ficou internada por Covid, tendo contato por vídeo chamada”, contou.

Para a nutricionista, saber que recebeu a vacina contra a Covid foi um alento após tudo o que viveu no último ano.

“É gratificante fazer parte desse grupo que recebeu a vacina e ver tantos colegas sendo vacinados nesses últimos dias. Orgulho que não cabe em mim! Aquece o coração esse sentimento de esperança por dias melhores. Graças à pesquisa de qualidade da universidade pública, em breve teremos vacinas para todos!”

Vacina de Oxford

Os testes iniciais em humanos da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca começaram ainda em abril.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) chegou a falar que era a opção mais adiantada no mundo na época e, também, a mais avançada em desenvolvimento.

Em 27 de junho, o Ministério da Saúde anunciou a compra da tecnologia para produção dentro da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). No dia 8 de janeiro, o pedido emergencial para o uso da vacina foi feito junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

No dia 17 de janeiro, a Anvisa autorizou, por unanimidade, o uso emergencial das vacinas Coronavac e da Universidade de Oxford contra a Covid-19. A reunião que discutiu o tema durou cerca de 5 horas.

No dia 23 de janeiro, a Fiocruz começou as primeiras imunizações com a vacina. A cerimônia ocorreu de forma simbólica, horas depois do desembarque de 2 milhões de doses da vacina.

O carregamento foi produzido no Instituto Serum, na Índia, e passou por um procedimento de análise de segurança na Fiocruz antes de ser liberado ao Ministério da Saúde.


Fonte: G1





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