Senado aprova suspensão de parcelas de empréstimo
consignado por 4 meses
Projeto segue para a Câmara dos Deputados
O Senado aprovou hoje (18) o Projeto
de Lei (PL) 1.328/2020, que suspende as parcelas de empréstimo de crédito
consignado – com desconto em folha de pagamento – por quatro meses. O projeto
tem a intenção de minimizar as perdas salariais durante a crise gerada pela
pandemia de covid-19. O projeto segue para a Câmara dos Deputados.
A lei visa beneficiar,
principalmente, os aposentados e pensionistas, além de servidores públicos
ativos cujos filhos perderam o emprego ou tiveram o salário reduzido e têm sido
ajudados pelos pais durante a crise.
De acordo com o projeto, a suspensão
dessas parcelas não caracterizará que o devedor estará inadimplente. Além
disso, não serão cobrados juros extras por conta desse adiamento no pagamento
dessas quatro parcelas, que serão pagos no final do contrato.
Reviravoltas no projeto
A discussão e votação do projeto foi longa e com reviravoltas. O texto original, do senador Otto Alencar (PSD-BA), sofreu alterações pelo relator, Oriovisto Guimarães (Podemos-PR). O relator retirou o trecho do projeto que previa a suspensão das parcelas dos empréstimos consignados por quatro meses. No lugar da suspensão, o relator inseriu no texto do “estímulo à renegociação de empréstimos”.
O relator justificou que a suspensão
pura e simples levará os bancos a diminuírem a oferta de empréstimos a
categorias mais vulneráveis e aumentarem a taxa de juros. “O custo de
simplesmente suspendermos dívidas no presente momento, pode ser a restrição de
crédito e aumento de juros futuros para toda a população”, justificou em seu
relatório.
O autor do projeto, Otto Alencar
(PSD-BA), mostrou-se insatisfeito com o relatório, mas respeitou a decisão do
colega. “Ele fez um substitutivo que não era aquilo que desejávamos, mas era o
possível dentro da orientação dele. Ele apresentou esse substitutivo que
encaminharemos o voto sim, mas apreciaremos os destaques que possam contribuir
para a melhoria da letra da lei”.
O líder do PT no Senado, Rogério
Carvalho (PT-SE), disse que, com as mudanças, o projeto “perdeu sua função
principal, que era aliviar as despesas das famílias por conta da redução da
renda”. Já o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), elogiou o
relatório. Segundo ele, o projeto “mostra a sensibilidade social do senador
Otto e a compreensão do senador Oriovisto para poder adequar [o texto]”.
Um destaque apresentado pelo senador
Weverton Rocha (PDT-MA), recuperou o trecho original, suspendendo a cobrança de
quatro parcelas e foi aprovado pelos parlamentares. Para Weverton, o relatório
de Oriovisto “retirou a alma” do projeto. “Não incluir um tema importante como
esse para avançarmos com justiça social é, no mínimo, insensibilidade, e vai
contra o que o Senado vem fazendo aqui”, argumentou Weverton.
Fonte: Agencia Brasil