Apesar de sinais de estabilização, pandemia no Brasil ainda é graveMelhora nos números pode dar falsa sensação de estabilidade, diz OMS
Este é um momento
de extrema cautela. A afirmação foi feita por Michael Ryan,
diretor executivo do programa de emergências da
Organização Mundial da Saúde (OMS).
De acordo com Ryan a situação no Brasil ainda é classificada
como grave. Os sinais de estabilização do contágio e do número de casos graves
e óbitos não são, necessariamente, sinais de vitória sobre a doença. “Já vimos
isso antes em epidemias em outros países. Pode-se ver um sinal de estabilização
durante um dia, ou alguns dias, e a [ocorrência da] doença pode subir
novamente. Deve haver um foco no distanciamento social, na higiene e nos
esforços para evitar aglomerações”, afirmou.
Michael Ryan frisou ainda que populações de minorias étnicas e
pessoas em condições de pobreza nos ambientes urbanos devem ter apoio especial,
já que não possuem condições para realizar o distanciamento social e manter a
higiene necessária para conter o avanço do novo coronavírus.
“Penso que, na perspectiva do Brasil, agora realmente é um momento
de dobrar as apostas no sistema público de saúde e nas medidas sociais. [É o
momento de] focar em ajudar comunidades e garantir que o sistema hospitalar
continue funcionando e seja capaz de tratar pacientes graves”, afirmou o médico.
“Não tenho dúvidas do compromisso total, engenhosidade do governo
brasileiro, dos estados, das pessoas para achar uma maneira de colocar a doença
sob controle. [O Brasil] emergirá dessa situação o mais rápido possível”,
concluiu Ryan.
Dexametasona
Durante o evento, Michael Ryan afirmou ainda estar otimista sobre resultados
preliminares com o corticosteroide dexametasona, que se mostrou eficaz
no combate à manifestação mais grave da covid-19, a síndrome respiratória aguda
grave (Srag). Segundo os dados, a medicação apresentou uma queda na mortalidade
de pacientes nesse quadro de um terço.
Fonte Agencia Brasil
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