Quando
a toga fica a serviço do fascismo
Sérgio Moro: uma toga a serviço do gangsterismo e do fascismo
por Jeferson Miola
Da Carta
Maior
É ilusão
pensar que a atitude criminosa do Moro é o teto da ação terrorista e fascista
que será empreendida para destruir Lula e o conjunto da esquerda.
por Jeferson
Miola
Iludem-se
aqueles que dizem que a luta de classes acabou. Ela segue bem vigente, e
adquire formas e métodos fascistas no Brasil. O sistema político brasileiro
está de pernas pro ar. Quem dá as cartas não é o governo ou a oposição; não é o
sistema político, mas sim o condomínio jurídico-midiático-policial.
Prova disso é que os políticos que tiraram proveito das manifestações golpistas
de 13 de março foram justamente os principais cães fascistas: o Senador Ronaldo
Caiado e o Deputado Jair Bolsonaro, dois outsiders do sistema;
enquanto Alckmin, Aécio, Serra et caterva foram vaiados.
Aliás, Jair Bolsonaro é aquele Deputado que foi informado com antecedência pela
força-tarefa da Lava Jato sobre o seqüestro do Lula dia 4 de março, e esperava
em Curitiba, com um foguetório preparado, o jatinho da Polícia Federal trazendo
Lula preso.
O condomínio jurídico-midiático-policial, integrado por setores do Poder
Judiciário, do Ministério Público, da Polícia Federal e da mídia hegemônica –
com a Rede Globo à frente – é a inteligência estratégica do golpe engendrado
contra as conquistas democrático-populares. E é financiado pelo grande capital
e serviços estrangeiros de governo, que usam ONGs e movimentos suspeitos como
fachada.
Hoje, 16 de março, o metódico e calculista Sérgio Moro não se agüentou; sua
frieza siberiana foi abalada com a nomeação de Lula para a Casa Civil do
governo Dilma. E por que isso? Simplesmente porque Moro sabe que, à parte o
proselitismo cínico de que Lula quer ter foro privilegiado, na verdade a
presença de Lula na condução do governo representa uma possibilidade real de
estancar o golpe.
O condomínio jurídico-midiático-policial entrou em pânico com o fato novo que
pode alterar o curso dos acontecimentos em favor da legalidade, da democracia e
das conquistas democrático-populares: Lula governando o Brasil com Dilma.
Esse movimento no tabuleiro de xadrez obrigou Sérgio Moro a despir o disfarce
de Juiz para vestir a camiseta preta do fascista em estado bruto.
Numa cartada de alto risco, que pode inclusive comprometer sua própria carreira
no Judiciário, Sérgio Moro vestiu a carapuça do gângster, de um bandido, e
deixou exposto o crime que cometeu: ele interceptou ilegalmente o telefone da
Presidente Dilma.
Ele gravou e bisbilhotou a comunicação da Presidente da República. Esse é um
caso inédito na história do Brasil, e talvez seja um caso inédito no mundo
inteiro: um juiz que exorbita da sua função constitucional e atua como um
justiceiro, movido por ódio político e ideológico.
A Rede Globo, conglomerado implicado com as páginas mais sombrias da ditadura
no Brasil, incensou este crime cometido pelo personagem obscuro que veste toga.
Para destruir Lula e Dilma, a Globo se associa a um criminoso. Aliás, como
sempre fez em toda sua trajetória. Brizola tinha razão: para saber o que é o
melhor para o Brasil, basta observar a posição da Rede Globo e adotar o caminho
oposto.
A atitude criminosa do Moro deve ser levada à consideração do STF, do Conselho
Nacional de Justiça e à Corte Interamericana de Direitos Humanos. É uma
barbaridade, um atentado à ordem democrática que não pode ficar impune.
É ilusão pensar que a atitude criminosa do Moro é o teto da ação terrorista e
fascista que será empreendida para destruir Lula, Dilma, o PT e o conjunto da esquerda.
Esta atitude criminosa do Moro é o piso; não é o teto; é a base a partir da
qual eles organizam o combate encarniçado para enterrar as conquistas
democrático-populares inauguradas em 2003 com o Presidente Lula. Eles vão
desfechar muitas outras ações terroristas deste quilate para pior.
Eles têm ódio do Lula porque têm ódio do povo. Para eles, é insuportável ver o
povo simples, negro e humilde viajando nos mesmos aviões que eles e
freqüentando as mesmas universidades que seus filhinhos mimados frequentam.
Contra os fascistas e sua vilania, só a luta tenaz. A história do Brasil é
pródiga em demonstrar que aqueles que resistiram e enfrentaram o fascismo
venceram; e que aqueles que ou foram ingênuos ou desistiram, foram esmagados.
Getúlio não ouviu a recomendação de Tancredo Neves, o avô do fascista Aécio e,
ao invés de mirar o revólver em direção à oligarquia conspiradora, atirou no
próprio coração. Jango, que não valorou com precisão a virulência golpista e
não aceitou o apelo de resistência do Brizola, foi morrer no desterro. Brizola,
ao contrário, intuindo a índole golpista, intolerante, racista e fascista da
classe dominante, levantou barreiras pela Legalidade; e venceu.
Este é um momento em que ou se resiste ou se é destruído. É a democracia que
está em jogo. Nenhuma concessão ao fascismo, esteja ele onde estiver: no
Parlamento, no Judiciário, na Polícia Federal, no Ministério Público ou nas
ruas!
Jornal GGN
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