A
alta da inflação tem levado muitos consumidores a usarem o cartão de crédito
como extensão da corroída renda pela escalada dos preços. Contudo, é importante
o brasiliense ficar atento aos custos para a tomada do crédito e usar o
dinheiro de plástico de forma consciente. A taxa de juros aplicada nas
operações do dinheiro de plástico saltou de 10,70% ao mês (238,67% ao ano) em
julho deste ano para 10,78% ao mês (241,61% ao ano) em agosto, atingindo o
patamar mais elevado desde março de 2000, segundo pesquisa da Associação
Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
Para evitar o acúmulo de dívidas, o primeiro passo é adequar o valor da fatura
ao orçamento, pagando-o sempre integralmente
Apesar de o consumidor ter a
informação do percentual de juros e de outras tarifas do cartão de crédito na
fatura, apenas 33% da população sabem quais são as taxas cobradas pelas
operadoras, de acordo com um estudo do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC
Brasil). Na avaliação da coordenadora institucional da Proteste-Associação de
Consumidores, Maria Inês Dolci, esse desconhecimento tem sérias implicações na
vida financeira das famílias. “Saber o custo do crédito auxilia a ter mais
controle sobre os gastos”, avalia. Pesquisa feita pela entidade aponta que os
juros no crédito rotativo, a depender do banco, podem chegar até a 700% ao ano.
A tarifa da função saque, para quem retira dinheiro em espécie em caixas
eletrônicos, vai até 628%.
Por essa razão, se não for bem utilizado, o cartão de crédito
pode ser um vilão para o bolso do consumidor. Estudo da Confederação Nacional
do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta esse meio de pagamento
como uma das principais despesas para 75,8% das famílias brasileiras que se
declaram endividadas. Entretanto, desde que moderado, o uso pode se tornar uma
boa ferramenta de consumo. “É preciso separar o que de fato é necessidade do
que é só um desejo. Muitas pessoas utilizam o cartão para aproveitar uma
promoção. Quando colocadas as contas na ponta do lápis, ao avaliar o custo
final com os juros, não há desconto algum. O consumidor acredita que vai
economizar, mas, na verdade, está perdendo dinheiro”, diz Teresinha Rocha, da
DSOP Educação Financeira.
Fonte:Jornal O Imparcial
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