21 de set. de 2014

Pesquisas eleitorais: Quanto custam?

Isso levando em conta, apenas aquelas com abrangência estadual.

Prever resultados. Para isto já foi gasto o total de R$ 636.095,20 desde o inicio da campanha eleitoral com contratação de institutos de pesquisas para aferir a intenção de votos dos candidatos para a eleição do dia 5 de outubro. Isso levando em conta, apenas aquelas com abrangência estadual.

As pesquisas de opinião enobrecem o candidato que lidera o ranking e causa incômodo a quem ficou para trás, sendo excelente termômetro para a intensificação das campanhas. As medições se tornam a menina dos olhos dos candidatos, que a fim de mostrar ao eleitor que estão à frente ou um possível crescimento, divulgam os resultados – que os interessam – das diversas pesquisas publicadas cotidianamente.
Do inicio de julho, quando foi dada a largada nas campanhas eleitorais, já foram realizadas 17 pesquisas – considerando as candidaturas majoritárias estaduais, governador e senador – realizadas por seis institutos distintos, contratados principalmente por veículos de comunicação.

Os preços variam. Partindo desde R$ 2500,00 – encomendada para a Prever e WI pela Associação dos Criadores do estado do Maranhão e Tv Difusora, respectivamente – a R$ 80.544,60 – realizada pelo IBOPE, por solicitação do Sistema Mirante de Comunicação. A alteração se dá conforme a quantidade de entrevistados e o recorte da pesquisa.

Com métodos muito complexos e pouco conhecidos, as pesquisas de opinião, que chovem no período eleitoral, com resultados que beneficiam um ou outro candidato, geram certa desconfiança no eleitorado, que teme fraudes e manipulações de resultados.

O jornalista José Machado, proprietário do Instituto Data M – que já divulgou cinco pesquisas neste período, contratados pelo jornal impresso Atos e Fatos – explica que para manter a credibilidade que mantém a empresa no mercado há aproximadamente 20 anos, cumpre as normas estabelecidas pela Justiça Eleitoral e tem uma vasta e comprometida equipe. “Temos toda uma rotina, com um grupo bom, com coordenadores, técnicos e entrevistados, treinados, que obedece as normas e nossas orientações. Fazemos pesquisas para divulgação e também para diagnósticos”, explica o Machado.

A quem questiona a idoneidade de seu instituto, o jornalista defende: “Nosso trabalho nos credibiliza. As suposições são levantadas por quem quer nos desmoralizar, mas temos créditos com a sociedade e com nossos clientes. O nosso único candidato é o acerto”. Ele ainda destaca que, nas eleições municipais de 2012, quando teve a pesquisa questionada, foi a única empresa a acertar inclusive as casas decimais dos números nas urnas. “Nas urnas, Edivaldo Holanda Júnior teve 56,06% e João Castelo 43,94%. A Data M apontou Edivaldo com 56,6% e Castelo com 43,6”, destacou.

Os demais proprietários de institutos de pesquisas se recusaram a falar ou não atenderam as ligações da nossa reportagem.

Contratantes

As pesquisas podem ser encomendada por partidos, candidatos e coligações, veículos de comunicação, organizações não-governamentais, empresas públicas e privadas. Registradas no Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão há pesquisas encomendadas por TV Guará, TV Mirante, Jornal Atos e Fatos, PSDB, O Imparcial, Associação dos Criadores do Estado do Maranhão (ASCEM) e TV Difusora.

A TV Guará, que previa divulgar quatro pesquisas, já está na sexta e deve chegar a oito, caso mantenha o ritmo atual. Até a data de hoje já foi gasto a cifra de R$180 mil e pode chegar a R$ 240 mil, ou seja, o dobro do previsto inicialmente. No entanto o valor é justificado, segundo o diretor de Jornalismo, Natanael Júnior, para a cobertura qualificada das eleições 2014.

“Planejamos fazer a melhor coberturas das eleições deste ano. E temos tido êxito com a realização de pesquisas, sabatinas e debates. Pela primeira vez uma emissora local terá uma programação local e ao vivo no dia das eleições. Entraremos às 7h e só encerrará após a apuração”, informa o Natanael, que conclui: “O investimento é alto, mas compensa para sermos líder na cobertura”.

O Imparcial, que reconhecido tradicionalmente pela veiculação de pesquisas eleitorais, este ano já publicou duas pesquisas de intenção de votos, realizadas pelo Instituto Econométrica.

A proprietária do jornal Atos e Fatos, Raimunda Nonata Marques (responsável pelos contratos das pesquisas), não foi encontrada para comentar os investimentos feitos na contratação de pesquisa. O Sistema Mirante contrata pesquisas de acordo com a orientação nacional da Rede Globo, que tem como instituto padrão o Ibope. 

SUB
As pesquisas eleitorais são regidas pela resolução nº 23.400, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo a normativa, a pesquisa eleitoral deve ser registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) antes de divulgada.

O recorte deve ser representativo. Sendo a população heterogênea, o instituto responsável deve entrevistar representantes dos diferentes segmentos sociais (gênero, faixa etária, classe social) e deve ser proporcional ao número total do segmento. Por exemplo, se a população da cidade é de 58% de mulheres e 42% de homens, a amostra terá que ter, proporcionalmente, a mesma quantidade.

Para manter a credibilidade da pesquisa, a escolha do entrevistado não deve ser tendenciosa. As entrevistas não podem ser realizadas em pontos de fluxo, como praça ou quadras, devem ser feitas nos domicílios. Antes de aplicada a pesquisa, são escolhidos os setores que serão entrevistados, onde a amostragem será sistemática. O entrevistador escolhe uma casa aleatoriamente e define uma sequencia de casas excluídas. O intervalo entre casas pesquisadas tem que ser o mesmo. As entrevistas não devem se focar num bairro específico, tendo que ser evitada ser realizada em redutos eleitorais de qualquer candidato.

As perguntas precisam ser bem elaboradas para não induzir a resposta. No questionamento não deve conter afirmativas. E o ideal é que não levem a resposta que sejam apenas sim ou não, dando oportunidade para o entrevistado se expresse. Estudos científicos comprovam que o primeiro nome escrito ou pronunciado numa lista é mais fácil de ser memorizado, e assim, tem mais chance de ser escolhido, por isso, o ideal é que os nomes dos candidatos sejam distribuídos em espaços iguais, num papel em forma de disco.

Fonte: O Imparcial

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