24 de set. de 2014

Índios da etnia Ka'apor, da região de Zé Doca ocupam antiga sede da Funasa


Indígenas representando mais de 10 aldeias reivindicam melhorias para a saúde e educação de seu povo. Eles afirmam que os órgãos responsáveis pela assistência estão omissos.

Durante o dia de ontem os índios da etnia Ka'apor, da região de Zé Doca ocuparam a sede do Distrito Sanitário Especial Indígena Maranhão (DSEI), situado na Jordoa. Uma média de 100 índios está acampada no pátio do órgão, entre adultos e crianças e a principal reivindicação é melhorias na saúde. 
Segundo o índio Kaiarano depois que passou de Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e foi criado o DSEI a saúde está cada vez pior. “Não temos técnicos nas aldeias, não temos postos de saúde, falta remédio, falta tudo, estamos aqui buscando nossos direitos, além da saúde a educação também não é das melhores. Fomos recebidos pela polícia, nós não somos vagabundos, temos nossos direitos”, desabafou.
O índio falou que eles estão representando o total de 13 aldeias, citou algumas como Xinborema, Xingui, piquizeiro, Comaru, entre outras, e todas elas estão sem assistência a saúde. Ele ressaltou que representantes do DSEI prometeu capacitar os próprios indígenas para serem contratados para trabalhar em suas próprias aldeias, porém essa promessa nunca foi cumprida.O líder dos Ka'apor Iratori afirmou que eles ficariam mais tempo, mas conseguiram acordar com o coordenador que irão mandar remédios e técnicos para as aldeias, então eles deixariam a sede do DSEI nesta quarta-feira.
Educação
Os índios Guajajaras da Região Belo Sonho-Grajaú, dissidente do Pin Bananal, se instalaram no pátio da Fundação Nacional do Índio (Funai) e passaram a tarde em frente a sede da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) reivindicando o recebimento de verbas destinadas para a educação e transporte para levar as crianças para a escola.
Segundo o líder dos indígenas, Raimundo Carlos Silva, o problema começou desde o ano passado quando houve um levantamento de dados falsos realizado por uma falsa associação para fraudar nomes de caciques, então foi feita uma denúncia a Funai, Seduc e Policia Federal (PF). Com isso, houve um acordo de que seriam enviada uma equipe para realizar visita técnica às aldeias com a participação de representantes dos órgãos para fiscalizar. “A comissão nunca apareceu e as dívidas nunca foram pagas a quem de fato tem que ser pagas, e os prejuízos cada vez crescem. Há algumas aldeias que nem têm escolas e estamos sem transportes para crianças que ainda estão indo as escolas, pois as empresas não querem prestar serviço, porque não receberam ainda o pagamento de 2013”, explicou o índio.
De acordo com Raimundo Carlos a Funai é omissa em relação aos problemas enfrentados pelos indígenas diante aos órgãos de saúde e educação, quando os mesmo buscam auxilio, falta fiscalização. Ressaltou ainda que os madeireiros estão invadindo as reservas para desmatar e fazer queimadas. A reportagem do O Imparcial tentou contato com os órgãos para esclarecimentos, mas, não obteve retorno.
Fonte:O Imparcial

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