13 de mai. de 2015

Estresse e depressão podem afetar a memória

O estresse, a ansiedade e a depressão estão na lista dos principais inimigos da memória. Segundo estudos científicos recentes, a liberação do cortisol, conhecido como hormônio do estresse, quando em excesso, pode causar a diminuição do hipocampo, a região do cérebro onde guardamos nossas lembranças e gravamos nossos conhecimentos. 
Se não tratadas, essas doenças ligadas ao estilo de vida contemporâneo podem causar danos cerebrais semelhantes ao Alzheimer ou mesmo acelerar a chegada da doença degenerativa
"Tanto a depressão quanto a ansiedade e o estresse crônico levam a atrofia de uma parte do cérebro chamado hipocampo, que é o nosso 'hard drive'. Na doença de Alzheimer, o hipocampo também começa a diminuir, por isso, existe um link entre a depressão, o estresse e o Alzheimer que vem sendo estudado", diz o geriatra João Senger, vice-presidente da Sociedade de Geriatria do Rio Grande do Sul, que analisa os estudos que abordam os efeitos das doenças mentais e físicas na memória, especialmente em idosos.
Estudos recentes também concluíram que as alterações circulatórias causadas pelo tabagismo, hipertensão e diabetes também causam estragos no cérebro, porque afetam a circulação do sangue. "A hipertensão, o diabetes e o tabagismo influenciam na parte circulatória do corpo e, por consequência do cérebro, já que os neurônios são células que precisam de muita energia para funcionar. E quem leva essa energia? O sistema circulatório. O nosso cérebro pesa mais ou menos um quilo e meio e consome 20% do nosso sangue. Se você não tiver o motor bem alimentado, ele não funciona bem", explica.
Receita da boa memória
Cientistas que estudam os efeitos da atividade física na memória descobriram que, além de combater a hipertensão e o diabetes, manter o corpo em movimento ajuda na liberação de substâncias químicas que protegem os neurônios.
"A atividade física libera um fator de proteção aos neurônios que fazem com que eles durem mais. A perda de neurônios ou de sua funcionalidade também afeta a memória", diz Senger.
Outro aliado da memória é o pensamento ativo, explica a psicóloga Mônica Yassuda, professora de neurogerontologia da Faculdade Aberta a Terceira Idade da USP-Leste. "As pesquisas mostram de forma contundente que temos ganhos cognitivos ao aprendermos coisas novas, seja uma oficina de bordado, de fotografia. Exames de neuroimagem mostram alterações no volume do hipocampo nestas situações, que trazem ganhos para a memória. E entre os que aprendem uma habilidade nova, os testes de memória apresentam melhoras", afirma Yassuda.
Pessoas que fazem atividades intelectuais tendem a ter uma reserva cognitiva mais complexa que reforça a estrutura do hipocampo.
"Precisamos ter problemas, pensar, caso contrário o hipocampo atrofia e o cérebro envelhece. Para garantir uma boa reserva cognitiva, o ideal é enquanto for jovem, investir na escolaridade; na fase adulta manter um trabalho que te faça pensar. Já na velhice, o melhor é arrumar coisas para fazer, ir plantar, criar bicho, se incomodar com o vizinho. Quem se aposenta e resolve ter férias eternas, em dois anos começa a afundar a memória porque parou de exercitar o cérebro", reforça Senger.
Fonte:Universo Online

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