Os remédios para
doenças negligenciadas:Tuberculose,esquistossomose,hanseníase...
Por Lucas Alvarenga
Consideradas
endêmicas nas populações de baixa renda, doenças como malária, dengue,
leishmaniose visceral, esquistossomose, tuberculose, hanseníase e Chagas
compõem um grupo de enfermidades chamado de doenças negligenciadas,
responsáveis pela morte de 500 mil pessoas por ano, de acordo com informações
da Organização Mundial da Saúde (OMS). Como atingem, principalmente, países em
desenvolvimento, essas doenças não têm investimentos suficientes em pesquisa e
desenvolvimento de novos fármacos que as combatam.
A boa notícia
é que a situação começa a se transformar com a formação de consórcios liderados
por organizações internacionais sem fins lucrativos, como a Medicines for
Malaria Ventures (MMV) e Drugs for Neglected Diseases Initiative (DNDI).
Sediadas na Suíça, essas empresas financiam a descoberta de moléculas e os testes
pré-clínicos e de toxicidade de medicamentos para essas enfermidades.
“Essas etapas
são as mais caras do processo”, ressalta Glaucius Oliva, coordenador do Centro
de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (Cibfar) da Fundação de
Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp). Às indústrias farmacêuticas cabem os
ensaios clínicos e a produção dos fármacos em larga escala.
Lançada em
2003, a DNDI espera desenvolver entre 11 e 13 novos tratamentos para malária,
leishmaniose visceral, HIV pediátrico e doenças do sono e de Chagas até 2022. A
organização já conseguiu fabricar cinco novos fármacos para enfermidades como
doença do sono, malária e leishmaniose visceral, usados na América Latina,
África e Ásia.
As duas
organizações internacionais, junto às instituições europeias, norte-americanas
e chinesas envolvidas, esperam reduzir o prazo de desenvolvimento de 15 anos
para 7 a 8 anos, em média. Segundo o professor do Instituto de Química da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Luiz Carlos Dias, esse é o tempo
mínimo gasto apenas para os testes pré-clínicos, ensaios e produção.
BRASIL.
Dias
também coordena o laboratório de química orgânica sintética da Unicamp, o único
da América Latina envolvido no consórcio. Desde 2013, o órgão trabalha com a
síntese química de potenciais compostos identificados pela DNDI.
“A organização
internacional recebe bibliotecas de compostos de grandes indústrias
farmacêuticas, testa-as em laboratórios de química medicinal em diferentes
lugares do mundo e, ao identificar alguma molécula potencial para o tratamento
das doenças negligenciadas, envia-as para laboratórios como o nosso. A nossa
participação é fazer modificações químicas e estruturais para tornar o composto
mais eficaz”, explica Dias.
Para o
professor de química da Unicamp, essa é uma alternativa para o tratamento de
doenças negligenciadas, que carecem de investimentos no país por diversos
fatores.
Fontes:Jornal o tempo e Jornal GGN
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